FishTrader: plataforma de inteligência de informações de mercado para a maximização do lucro de piscicultores e da indústria de pescado.

Sobre o Projeto

O FishTrader será uma plataforma inteligente que realiza predição do momento ideal de despesca e abate dos peixes a partir de informações de mercado e de dados de biometria gerados automaticamente. O objetivo é desenvolver o primeiro protótipo da plataforma e em 2 módulos. No módulo 1 serão utilizados dados de biometria fornecidos pelo parceiro como é feito atualmente; no módulo 2 serão utilizadas as medidas dos peixes geradas pelo sistema de câmeras 3DFish utilizando inteligência artificial e visão computacional. O modelo animal será o tambaqui com a avaliação por amostragem. Produtos esperados: i) sistemas de câmeras e visão computacional 3DFish; ii) banco de dados dos resultados dos módulos 1 e 2; iii) algoritmos de Pesquisa Operacional que será acoplado aos modelos preditivos para maximizar o lucro da operação; e iv) análise de resultados com parceiros, colher feedback técnico e econômico e compreender etapa comercial e estimativas para planejamento da fase de produto. Os principais parceiros oficiais desse projeto são a ACRIPAR, PeixeBr, maiores associações de peixes da América Latina e a Biofish Aquicultura de RO.

Problema que quer resolver

Dentre a realidade da produção piscícola, as principais dificuldades dos piscicultores estão relacionadas à: i) falta de controle do processo de crescimento e engorda e ii) falta de informação no momento de negociação. O controle do crescimento, quando realizado, é tradicionalmente feito por meio de biometria por amostragens em que, 5 a 10% do lote são medidos na entrada e saída, e algumas poucas intermediárias no ciclo de engorda. Quando estas avaliações são feitas de maneira manual, conforme entrevistas realizadas pela @Tech, em sistemas mais controlados como as verticalizações ou integradores, elas são realizadas no máximo a cada 30 dias. Este controle do crescimento por biometria é realizado por uma laboriosa e invasiva avaliação da biomassa de peixes por meio do manejo de despesca, pesagem e medições manipuladas pelo homem. Essas atividades são estressantes e afetam os índices produtivos, pois os peixes reduzem ou cessam a alimentação. Isso gera uma redução na taxa de crescimento e produtividade, o que pode aumentar os índices de morbidade e até mesmo mortalidade. Por outro lado, a falta de controle diário do crescimento e de ajuste na oferta da ração dos peixes, além de prejuízos, pode causar a eutrofização dos corpos d’água e o aparecimento de patógenos. Para o segmento industrial, a ausência de padronização do peixe que chega ao frigorífico e de informações sobre: rastreabilidade; qualidade; volume; planejamento; logística e previsibilidade de oferta dos animais, prejudicam esse setor. A comercialização de peixes é realizada em diferentes fases e não somente quando atingem o ponto de maior desenvolvimento corporal, pois o mercado apresenta preferências bastante diversificadas em relação ao tamanho e tipos de corte para o consumo.

Solução apresentada

O projeto FishTrader tem o objetivo de vencer os desafios dentro da tríade mercado-crescimento-ambiente aquático, pois permite melhorar e tornar comercial as técnicas de estimativa da biomassa em cultura de peixes, bem como predição de seu crescimento, para uma despesca ótima que maximiza o lucro do piscicultor. A proposta também visa a aplicação de biometria por imagem em peixes de água doce a um custo que atenda à realidade do público alvo. Em uma primeira etapa de desenvolvimento do algoritmo foi possível extrair medidas das imagens dos peixes da espécie pacu e tilápia, utilizando visão computacional e aprendizagem de máquina, iniciando com coleta de dados de biometria tradicional dos peixes em condições controladas de laboratório, utilizadas no desenvolvimento do algoritmo de biometria por imageamento. Os resultados alcançados nesta etapa foram: i) consolidação de um banco de dados com a caracterização de regras de negócio a partir de dados coletados da cadeia produtiva no território Brasileiro de tilápia, entrevistando 20 pisciculturas, 6 frigoríficos, 6 empresas verticalizadas (produz, processa e comercializa os pescados) e 3 cooperativas; ii) desenvolvimento de modelos matemáticos do PON para pisciculturas e para indústrias; iii) desenvolvimento da tecnologia, hardware, sistemas embarcados e software para aquisição automática de imagens de peixes em ambiente controlado; iv) construção do banco de dados de imagens e medidas dos peixes obtidos com a tecnologia desenvolvida e com a biometria tradicional.

Tipo e justificativa da inovação

A aquicultura é um mercado que movimenta mais de 232 bilhões de dólares no mundo, sendo o setor que mais cresce diante de outros grandes setores de produção de proteína animal, com previsão de produção de 30 milhões de toneladas a mais até 2030 para atender o crescimento da demanda de consumo mundial de peixes. O Brasil tem mais de 200 mil fazendas de peixes de água doce e cerca de 100 instituições de pesquisa em aqüicultura. A Região Norte é a maior produtora de peixes nativos com 57% da produção nacional (262,37 kt), das quais dezesseis espécies destacam-se em importância comercial. Possui mais de 26 mil estabelecimentos de piscicultura. Em uma pesquisa que a equipe do projeto realizou em 2020 com 81 atuantes na área de todo o Brasil, 93,1% dos respondentes da pesquisa acreditam que ferramentas que realizam previsão do melhor momento de despesca e fazem biometria automatizada é importante para o piscicultor. Foi evidenciado com 83% dos respondentes que dentro da cadeia piscícola existe a necessidade de melhorar o planejamento de despesca e abate durante os processos de produção e processamento do pescado e que o preço de venda para as indústrias é um fator extremamente desafiador. Esse planejamento envolve diversas variáveis para uma tomada de decisão mais assertiva e as pisciculturas estão sendo prejudicadas pela falta de conhecimentos detalhados sobre custos, receitas e índices zootécnicos. A falta de planejamento acarreta uma produção social, ambiental e economicamente insustentável. Essa iniciativa foi muito relevante para iniciar o projeto com informações primordiais sobre os principais desafios dos setores da piscicultura e frigorífico, bem como compreender a aceitabilidade de uma tecnologia como o FishTrader que identifica o momento mais lucrativo para negociar os peixes. Tanto o produtor quanto a indústria são prejudicados pela inexistência de produtos e tecnologias para otimização de recursos produtivos e econômicos da cadeia produtiva. Nesse aspecto, o FishTrader poderá possibilitar aos piscicultores atender os mais variados consumidores proporcionando o aumento da eficiência de produção (kg carne/kg ração) e intensificação da produção, otimizando todo o processo. Um mesmo viveiro poderá atender a demanda de mercado em diferentes épocas do ano, uma vez que esta tecnologia é capaz de distinguir morfologicamente cada indivíduo e possibilitar a seleção mais acurada e precisa dos animais destinados ao abate. Esse poder seletivo poderá aumentar a perspectiva de despesca de lotes mais homogêneos e lucrativos mesmo que a unidade de criação seja formada por cardume heterogêneo, o que poderá beneficiar toda cadeia mercadológica, principalmente o consumidor final que terá maior facilidade em adquirir produto de porte desejado.

Geração de receita

O modelo de monetização do FishTrader será baseado em um serviço de pagamento recorrente (SaaS) para peixes de cultivo na fase de engorda. Os contratos são gerados e o sistema monetiza por um valor por tanque monitorado por mês. O tempo de contrato irá variar de acordo com o perfil do cliente e do sistema produtivo, mas devem oscilar de 1 a 4 anos. Estes valores serão de R$ 83,33 por tanque monitorado/mês, e os boletos recorrentes são anualizados (i.e., R$ 1.000,00/ano, dividido em 12 parcelas) e desta maneira se estabelecerá uma recorrência. A faixa de preço por unidade de tanque irá variar em função do modelo adotado pelo produtor (explicado no próximo parágrafo), do tempo do confinamento, do número de peixes por lote, da espécie em questão, e do número de ciclos de engorda, principalmente. Na prática teremos um modelo de serviços como foco de nossa engenharia financeira, no entanto, no início da operação, ou dependendo do interesse e escala do cliente poderemos também ter um segundo modelo, que é o de aquisição. No médio-longo prazo, nosso interesse maior será a servicibilidade, ou seja, a ferramenta será um asset light com a cobrança somente do serviço, e as IoTs (Internet of Things, basicamente sendo representado pelo 3DFish na solução) ficarão em comodato com o cliente. A título de curiosidade, @Tech já pratica ambos os modelos de comercialização hoje com o BeefTrader.

Cadeia produtiva amazônica

Piscicultura

Eixos temáticos no PPBio

III - Processos, produtos e serviços destinados aos diversos setores da bioeconomia

Status do projeto

Em captação de recurso

Captação
Valor de investimento:
R$ 2.500.000,00 a 3.000.000,00

Faça parte do desenvolvimento de um novo empreendimento

Investir
Informação da Instituição
@Tech