Bactérias e fungos benéficos são comercializados no mundo como produtos biológicos para diferentes culturas agrícolas. O crescente mercado desses produtos é resultado da necessidade de alimentos mais saudáveis com redução de gastos com adubação e defensivos sintéticos. No Brasil, o mercado de bioinsumos teve um crescimento expressivo nos últimos anos, tanto com microrganismos que promovem o crescimento de plantas, como os que atuam contra fitopatógenos. Contudo, a maioria desses bioprodutos encontrados no mercado é direcionada para as culturas agrícolas, não havendo para frutíferas. Diante disso, o objetivo será implantar um sistema de produção comercial de bioinoculantes e defensivos biológicos em sistema on farm, visando maior eficiência na produção com menor custo para as culturas de cacau, açaí e cupuaçu. Para isso, serão testados a produção dos fungos do gênero Trichoderma e Clonostachys para controle das doenças vassoura-de-bruxa, monilíase em cacaueiro/cupuaçuzeiro e antracnose em açaizeiro, além de produzir bactérias promotoras de crescimento. Espera-se aperfeiçoar a tecnologia, aumentar a produção e comercialização de bioinsumos.
Problema que quer resolver
As cadeias produtivas de açaí, cupuaçu e cacau tem grande importância para o desenvolvimento econômico, ambiental e social no Brasil, especialmente para a região Amazônica. Entretanto, a expansão do cultivo dessas frutíferas está limitada por serem afetadas por doenças, que podem levar a perdas de 100% das árvores e mudas. Cacau e cupuaçu são afetados pela vassoura-de-bruxa e mais recentemente, no norte do Brasil, pela moníliase. Já o açaí tem sido afetado pela antracnose. A validação desses problemas foi realizada por entrevistas com agricultores do Norte (AC, RO, PA), Nordeste (BA, MA) e Centro-Oeste (MS) por nossa empresa. Os entrevistados relataram que seus plantios são afetados com vassoura-de-bruxa e/ou antracnose. Os produtores têm prejuízos com a perda do fruto e com a poda fitossanitária, e relataram que tentam controlar a antracnose fazendo rodízio no uso de fungicidas químicos, prejudiciais ao meio ambiente e ao homem. Métodos alternativos e eficazes são buscados para controle da doença e promoção de crescimento de plantas, como controle biológico e biofertizantes, que se enquadram como agricultura sustentável, visto não possuírem toxicidade ao organismo alvo e não geram resíduos ambientais. O mercado de bioinsumos cresce a cada ano movimentando US$ 5 bilhões em 2020, e Brasil é destaque atingindo mais de 15% de crescimento do setor. Apesar do avanço da aplicação de bioinsumos, poucos produtos são encontrados no mercado brasileiro para árvores frutíferas.
Solução apresentada
A solução desenvolvida compreende em produzir insumos biológicos direcionados para o controle da vassoura-de-bruxa em cultivo de cacau/cupuaçu, e para controle de antracnose no cultivo de açaí, que também terão ação de biofertilizantes. O uso desses bioinsumos permitirá aos agricultores aumentar a produção e consequentemente a rentabilidade. Essa ideia foi selecionada porque durante as pesquisas realizadas com os produtores rurais na região Amazônica todos têm perdas na produção de cupuaçu/cacau/açaí por conta dessas doenças e também buscam por fertilizantes naturais, impulsionados por um mercado voltado à agricultura sustentável. A tecnologia dessa proposta consiste em utilizar microrganismos amazônicas antagonistas/promotores de crescimento e gerar um sistema em que o insumo biológico é produzido consistirá em uma solução contendo microrganismos benéficos.
Tipo e justificativa da inovação
Nossos produtos ajudam a manter a floresta em pé visto possibilitarem o plantio de commodities amazônicas de forma sustentável. Além disso, o uso desses bioprodutos contribui para a redução da poluição ambiental, preservação dos recursos naturais, diminuição dos mecanismos de resistência do fitopatógeno e a redução da importação de princípios ativos de alto custo. Outro fato importante, é que existe no mercado a demanda dos consumidores por alimentos livres de xenobióticos e o uso do controle biológico/biofertilizante como ferramentas tecnológicas permite obter alimentos mais saudáveis e manter o uso sustentável dos recursos biológicos na Amazônia.
Geração de receita
O mercado nacional de bioinsumos tem crescido a cada ano devido à grande procura por essa solução sustentável. Isso, tem contribuído para a projeção de aumento entre 30 e 50% nas vendas de produtos biológicos na safra 2022/2023. Contudo, no mercado atual não há bioinsumos específicos para controlar a doença vassoura-de-bruxa em cupuaçu e cacau, e a antracnose em açaí. Os nossos bioinsumos poderão ser aplicados principalmente no bioma amazônico, visto estes serem compostos por microrganismos dessa região. Entretanto, alguns estados como em Mato Grosso do Sul (plantação de açaí - teste), Bahia e Espírito Santo (plantações de cacau e cupuaçu) também poderão fazer parte do mercado desses bioinsumos.
Cadeia produtiva amazônica
Agricultura sustentável
Eixos temáticos no PPBio
I - Prospecção de princípios ativos e novos materiais a partir da biodiversidade amazônica
Status do projeto
Em captação de recurso
Captação
Valor de investimento: R$ 1.500.000,00 a 2.000.000,00
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